terça-feira, 30 de junho de 2015

O fundamentalismo em Rio Grande barra a educação libertadora

Manifestações favoráveis e contrárias ao PME. Foto: Virgínie Hanisch (22/06/2015)
Na semana que passou observamos com preocupação a reação conservadora de alguns setores da comunidade riograndina com o Plano Municipal de Educação (PME), que foi construído através de debates intensos na comunidade – representada pela sociedade civil, políticos e a academia. O município de Rio Grande realizou uma pré-conferência e uma conferência para debater o PME e construir, de forma coletiva, o texto inicial. Situações vergonhosas foram proporcionadas por alguns vereadores, que, por opção, admitiram publicamente não ler e não participar desse processo. Esses “representantes do povo” barraram trechos importantes do texto do plano, que defendia uma educação inclusiva – o que seria uma das principais metas apresentadas.

A retirada das propostas sobre gênero e sexualidade, que estavam presentes em nosso plano, representou uma grande perda para a educação de Rio Grande. A derrota torna-se ainda mais evidente se levarmos em conta a forma despolitizada com que a discussão foi promovida, fomentada pelo ódio dos legisladores. Durantes os dois dias em que o Plano foi analisado na Câmara Municipal de Vereadores, presenciamos manifestações que bradavam “não a ideologia de gênero”, utilizando conceitos de forma descompromissada com a luta dos movimentos sociais e sem embasamento a respeito das reais discussões acerca do tema.

Tivemos uma dupla inventividade em nossa Câmara de Vereadores, onde religião é tratada como ciência e o debate de gênero como ideologia. Nossos políticos bradam que não são nossos “empregados”, quando, na verdade, são pagos com os impostos dos contribuintes; e elaboram nossas leis ao seu bel prazer, impondo seu dogmatismo religioso nas nossas escolas. Também observamos expressões de ódio nos rostos daqueles que, levados ao Legislativo Municipal sem entender o porquê de lá estarem (apenas com discursos prontos e superficiais), gritavam palavras de ordem contra uma suposta “ideologia de gênero”. Além das agressões verbais contra educadores(as) e militantes dos movimentos LGBT e de direitos humanos somado à isso a falta de diálogo. Esquecem que toda e qualquer violência contra mulher é uma violência de gênero, bem como todas as outras cometidas contra lésbicas, gays, transexuais, transgêneros. Na tribuna vimos vereadores defendendo um modelo atrasado e excludente de família. Vimos discursos homofóbicos e pronunciamentos desrespeitosos dirigidos aos(as) educadores(as) presentes. 

O debate sobre as metas do plano foi duramente descaracterizado. A suposta polêmica, gerada através do senso comum, reduziu assuntos importantes em relação aos rumos da educação em nossa cidade, no plano de fundo do show de horrores promovido pelos vereadores conservadores e fundamentalistas de nosso município.

A União da Juventude Socialista (UJS) de Rio Grande reafirma o seu compromisso com a luta por uma educação de qualidade, democrática e inclusiva. Lutamos por escolas que estejam de portas abertas para a diversidade, acolhendo todos os estudantes, todas as formas de amor e qualquer concepção de família. Acreditamos em uma escola que combata o machismo, o racismo, a LGBTfobia e todas as formas de opressão. Seguimos na luta para que a educação dos nossos sonhos não seja tratada como mercadoria para o capital, e sim uma educação emancipadora.

domingo, 7 de junho de 2015

Carina Vitral é a nova presidenta da UNE

Carina Vitral é eleita presidenta da UNE. Foto: Vitor Vogel/UNE
Pela primeira vez na história, a União Nacional dos Estudantes (UNE) terá uma sucessão entre mulheres. O 54º Congresso da UNE (CONUNE), que terminou neste domingo (7), em Goiânia (GO), elegeu a estudante de economia da PUC-SP, Carina Vitral, como nova presidenta da entidade. Carina sucede a pernambucana Vic Barros na condução da entidade.

Natural de Santos (SP), 26 anos de idade, Carina Vitral iniciou sua atuação no movimento estudantil em 2009, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Entre 2011-2013, Carina fez parte da direção da UNE. Nos últimos dois anos, foi presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) e esteve à frente da juventude na conquista do passe livre estudantil nos transportes do Estado. 

Diferentemente dos três últimos presidentes da entidade, alunos de grandes universidades públicas brasileiras como UFRJ e USP, ela representa a multidão de estudantes das particulares que se tornaram protagonistas no país a partir de programas como o Prouni e o Fies. Carina defende maior empenho da UNE na regulamentação do ensino superior privado, ampliação da assistência estudantil, mudanças na política econômica do país, taxação das grandes fortunas e a reforma política democrática com o fim do financiamento privado de campanhas.

Na pauta da educação, sinaliza para um período de muita agitação também nas universidades federais, que já sofrem com o contingenciamento de verbas neste ano de 2015. Anuncia uma campanha de grandes proporções pela ampliação da assistência estudantil e pela implantação devida do Plano Nacional de Educação no país.

Ela promete uma UNE radicalizada, já nos primeiros meses de mandato, contra retrocessos como a redução da maioridade penal. Outra postura firme da entidade deverá ser pela reforma política democrática, pelo fim do financiamento privado de campanhas e pela inclusão dos jovens na política.

Ao lado de Carina estará Moara Correa Saboia, 25 anos, estudante de Engenharia Civil da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esta será a primeira vez que os cargos de presidência e vice-presidência serão ocupados por mulheres.

O 54º Congresso da União Nacional dos Estudantes

A plenária final do encontro contou com a participação de 4.071 delegados, representando mais de 98% das universidades do país, e consolidou esta edição do congresso como um dos maiores já realizados pela UNE. 

Carina Vitral foi eleita pela chapa “O movimento estudantil unificado contra o retrocesso em defesa da democracia e por mais direitos”, que obteve 2.367 (58,14%) dos votos.

Também participaram da eleição a chapa “Eu acredito que você vai gritar junto”, que obteve 34 votos; a chapa “Campo popular que vai botar a UNE pra lutar”, que obteve 724 dos votos; a chapa “Contra os cortes. Coragem para lutar”, que obteve 242 votos; e a chapa “Oposição de Esquerda”, que obteve 704 votos.

O congresso definiu os rumos e o posicionamento da UNE diante da atual conjuntura do país. Uma das principais girou em torno do tema da redução da maioridade penal. Os milhares de estudantes presentes se mostraram veementemente contrários à proposta. Um ato de repúdio ocorreu durante a plenária final, quando o bandeirão “Redução é roubada” circulou em todo o ginásio Goiânia Arena.

A UNE lançou ainda o relatório da sua Comissão da Verdade, um estudo de dois anos realizado por pesquisadores sobre a violência da ditadura militar contra estudantes, entre eles o ex-presidente da entidade Honestino Guimarães, natural de Goiás.

Com informações da União Nacional dos Estudantes

quarta-feira, 3 de junho de 2015

UJS Rio Grande no 54º CONUNE


A União da Juventude Socialista (UJS) de Rio Grande, através do movimento Abre Alas, pega a estrada para mais um Congresso da União Nacional dos Estudantes (CONUNE). Iniciado agora a pouco em Goiânia (GO), a 54ª edição do CONUNE, que segue até o próximo domingo, é o maior e mais representativo fórum de deliberação do movimento estudantil brasileiro.

O objetivo do Congresso, além de reafirmar a longevidade e combatividade da União Nacional dos Estudantes, é discutir e trocar opiniões sobre o país, avaliar as políticas públicas, a ação dos movimentos sociais, os avanços na área da educação, esporte, meio ambiente, direitos humanos e outros assuntos vitais para o desenvolvimento do país. É o momento do jovem formular, discutir, elaborar e decidir os rumos do movimento estudantil para os próximos dois anos – tempo de duração da gestão da nova diretoria que será eleita.

O CONUNE é também um grande encontro da diversidade, celebrado com atividades culturais, intervenções artísticas, trocas de costumes, experiências e tradições.

Na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o movimento Abre Alas elegeu três delegados(as):

Bruno Santos (Ciências Contábeis)
Joice Eslabão (História Licenciatura)
Virgínie Hanisch (Direito Noturno)

Conheça as formas de representação e participação no Congresso da UNE:

DELEGADO – Figura imprescindível para o Congresso da UNE. Ele é o estudante escolhido em sua universidade por meio de uma eleição organizada pelo DCE (ou comissão de 10) com votação direta em urna. Os delegados são eleitos na proporção de um para cada mil estudantes matriculados. O processo respeita o método da proporcionalidade das chapas, o que garante na eleição uma pluralidade de ideias e opiniões. O delegado traz para o Congresso os problemas, soluções e experiências de sua universidade para compartilhar com os outros participantes.

OBSERVADOR – Estudantes que vão participar dos debates, grupos de discussões, eventos culturais e contribuir na formulação dos documentos e linhas de atuação que nortearão o movimento estudantil pelos próximos dois anos. O observador pode defender uma tese e até encaminhar propostas. Ele só não pode votar nem participar do processo eleitoral do Congresso da UNE durante a plenária final.

MOVIMENTOS OU CHAPAS – É o conjunto dos estudantes que se unem em torno de uma proposta em comum. São os movimentos ou chapas que apresentarão na plenária final as suas ideias sobre temas como conjuntura, educação e movimento estudantil, além de apoiar um candidato à presidência da UNE.

DEBATES – Mesas de discussão que contam com a participação de figuras importantes no cenário nacional, como professores, pesquisadores, movimentos sociais, jornalistas e parlamentares. Os debates têm a função de expor a diversidade de ideias da sociedade e dos estudantes sobre determinado assunto. São analisados temas como educação, política, economia e direitos humanos.

GRUPOS DE DISCUSSÃO – São espaços para os estudantes trocarem ideias e opiniões com objetivo de contribuir para a formulação das teses que serão apresentadas durante a plenária final do Congresso. Normalmente, são divididos por temas como mulheres, combate ao racismo, movimento estudantil, cultura, LGBT e direitos humanos.

TESES – É o conjunto de ideias e opiniões que circulam pelo Congresso e que apontam caminhos para a conjuntura do movimento estudantil no geral. O resumo dos principais textos apresentados previamente ao 54º Congresso estão compilados em um caderno especial distribuído junto ao kit que o estudante recebe no credenciamento, valorizando assim a democracia na UNE.

PLENÁRIA FINAL – Após os debates e grupos de discussão, o Congresso da UNE entra em regime de votação das propostas e eleição da nova diretoria. Essa é a chamada plenária final, momento em que todos os participantes se reúnem em um só local para deliberar sobre os rumos do movimento estudantil e eleger o novo presidente e a nova diretoria. Esse processo é realizado por meio do contraste visual (quando os delegados levantam os seus crachás e uma maioria é identifica com clareza), e por votação direta em urna. A diretoria é composta proporcionalmente na medida exata dos votos que cada chapa obteve. Ao todo, 85 diretores assumem cargos na entidade, sendo que 17 participam da diretoria executiva, ocupando posições como presidência, vice-presidência, secretaria geral ou de comunicação.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

R$ 3,00 é roubo: a UJS é contra o aumento na passagem de ônibus

A União da Juventude Socialista (UJS) de Rio Grande possui um histórico na luta por melhorias no transporte coletivo do município. Sempre em defesa dos usuários, aqueles que sofrem diariamente com as diversas falhas existentes, a UJS destacou-se por inúmeros protestos e atos em defesa da população. Durante a gestão da família Branco (PMDB) no Executivo Municipal, foram várias as manifestações contra aumento das passagens, a extinção de linhas, a baldeação da integração, a restrição ao uso do cartão escolar, a lotação dos ônibus, o monopólio instaurado pela Noiva do Mar, a qualidade dos veículos, os atrasos, a falta de dialogo e representação da sociedade nas decisões acerca do transporte.

Para além das manifestações, também se destaca a nossa capacidade de debater e buscar soluções. Foi assim quando estivemos a frente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da FURG. Em diversos momentos procuramos a antiga gestão da Prefeitura e apresentamos a realidade dos estudantes e passageiros. Algumas reivindicações foram atendidas nesse período, como o fim do bloqueio ao uso do cartão escolar na madrugada, o retorno da linha FURG até o IFRS (ligando o Campus Carreiros ao Instituto Federal), a instalação de um terminal de recarga de cartões no Centro de Convivência da Universidade (descentralizando esse procedimento) e uma vaga para o DCE no Conselho Consultivo de Transporte e Trânsito. Quando estivemos a frente da União Riograndina de Estudantes Secundários (URES), conquistamos outro fato inédito em Rio Grande: a possibilidade de utilização do cartão escolar em um domingo de prova do ENEM.

Entre abaixo-assinados, participação ativa em audiências pública e protestos, ressaltamos uma denúncia sobre a superlotação dos ônibus que transportam os passageiros. A partir dessa iniciativa, o Ministério Público realizou uma investigação que gerou uma ação civil pública. Com o ato foi constatada uma alteração da indicação que informa a capacidade máxima de passageiros nos ônibus.

Com a chegada do prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) ao Paço Municipal, a esperança tomou conta da população. No início da nova gestão algumas bandeiras levantadas pela UJS foram atendidas, como o fim da restrição ao uso do cartão escolar (respeitando o estudante que agora pode usá-lo todos os dias da semana). Entretanto, acreditamos que precise haver um aperfeiçoamento dessa prática, pois foi permitido a recarga de apenas 20% a mais do valor anteriormente liberado (fato que não garante o uso do cartão em todos os dias do mês). O mesmo cartão escolar também foi ampliado aos professores. Outra reivindicação atendida, e já presente em diversos municípios, foi a instituição do passe livre em cinco dias durante o ano, o que era firmemente negado na gestão do PMDB. A administração municipal também cumpriu o Estatuto do Idoso, dando gratuidade aos passageiros a partir dos 60 anos. Reconhecemos o avanço da atual gestão da Prefeitura ao lançar o edital para a nova licitação do transporte coletivo, fato que, esperamos, mude a configuração do serviço prestado, com o fim do monopólio privado. Essa é, sem dúvida, nossa maior reivindicação.

No entanto, não é possível que haja concordância da UJS no atual cenário do transporte público. São muitos os problemas enfrentados, como o atraso nos horários de diferentes linhas e a constante superlotação em horários de pico. É possível constatar também uma falta de planejamento na distribuição dos ônibus, fazendo com que o usuário espere além do habitual nas paradas.

Diante desse cenário, e entendendo que o nosso transporte público tem muito a melhorar, a UJS posiciona-se contrária ao aumento de R$ 0,25 no preço da passagem. Consideramos R$ 3,00 um valor abusivo, que irá impactar enormemente na vida dos estudantes e da classe trabalhadora. Reafirmamos o nosso compromisso de lutar e defender milhares de passageiros que utilizam o transporte coletivo diariamente. Portanto, apoiaremos qualquer ato de mobilização contra esse aumento, desde que tais movimentos dialoguem com os órgãos responsáveis e que não sirvam de massa de manobra para quem nunca se importou com o transporte coletivo.

Defendemos a imediata redução na tarifa do ônibus, como forma de compensar a população pelo atual serviço prestado. Também entendemos que a médio e longo prazo, a Prefeitura deva reativar as linhas do DATC dentro do município (hoje presente em alguns horários da linha Rio Grande - Porto Alegre). O poder público deve gerir diretamente esse serviço, sem que a ganância dos atuais empresários do transporte faça a população refém dos seus lucros. O DATC, com qualidade e bem administrado também nas linhas urbanas, pode servir como um regulador do sistema de transporte e garantir divisas para sua manutenção.

A UJS também repudia a manifestação de alguns vereadores e figuras publicas municipais, os mesmos que defendiam a antiga gestão municipal, contra a nossa entidade. Esses senhores nunca representaram o interesse da população, sempre se manifestando favoráveis às empresas de transporte. Os que hoje cobram uma posição da UJS, são os mesmos que, atualmente, seguem a dizer que o transporte público de Rio Grande é bom, sem precisar utilizar os coletivos do município e aproveitando seus carros e gabinetes com ar-condicionado. Portanto, não nos alinharemos a criticas rasas feitas por quem nunca se importou, de fato, com o transporte coletivo, apenas faz dessa disputa seu palanque político para atingir a entidade e promover-se.

União da Juventude Socialista
Rio Grande, 18 de maio de 2015.

domingo, 17 de maio de 2015

Abre Alas lança Carina Vitral à presidência da UNE

Carina Vitral é a candidata do Movimento Abre Alas à Presidência UNE. Foto: Abre Alas/Facebook
A coordenação do Movimento Abre Alas, após longa reunião onde se debateu a problemática nacional e os desafios do movimento estudantil universitário para o próximo período, lançou a candidatura da estudante de economia da PUC-SP, atual Presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), Carina Vitral à Presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em uma semana marcada pelo machismo e a violência durante o processo de eleição nas Universidades para xs delegadxs ao 54º CONUNE, nos desafiamos a seguir emancipando as mulheres e lutando contra o patriarcado. 

É simbólico, emblemático e histórico a possibilidade de uma Mulher Presidenta da UNE, 5ª Mulher Presidenta em 77 anos, ter a perspectiva de passar a bola para outra Mulher.

Iremos para a reta final de campanha mais animadas e animados, com a convicção que na prática estamos contribuindo para enfrentar o machismo e fortalecer a luta feminista da UNE e em toda sociedade. 

Carina, que já foi da direção da UNE na gestão 2011-2013 e iniciou sua atuação no movimento estudantil em 2009, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), está finalizando uma vitoriosa gestão à frente da UEE-SP que, entre tantas conquistas, assegurou o passe-livre estudantil para xs estudantes de São Paulo! Além de uma grande liderança política, é uma feminista comprometida desde o início da sua militância com a luta das mulheres. 

Xs delegadxs rumo ao 54º Congresso da UNE devem ter a convicção que tem uma candidata feminista, combativa e que orgulha nossa militância. Sem dúvida levará a luta feminista na UNE à outros patamares! 

O protagonismo das mulheres no movimento estudantil não tem volta. Nossa candidatura seguirá Abrindo Alas para as Mulheres!

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Um DCE que não representa a periferia: o que tenho a ver com isto?

A realidade material e econômica do Brasil mudou muito nos últimos anos. O Reuni, o Prouni e as políticas de cotas permitiram que muitxs alunxs de diferentes classes sociais ingressassem e permanecessem nas universidades públicas, além disto, o espaço destas aumentou consideravelmente. Aqui não se trata de uma propaganda de governo, pois mesmo estas políticas públicas merecem sua parcela de crítica; e aqueles atores que vivem o cotidiano estudantil sabem muito bem as mazelas enfrentadas.

O ano de 2014 foi emblemático em nossa instituição. Vimos a ascensão, há muito tempo jamais vista, de uma chapa claramente de direita, com o nome sugestivo de Reação, contudo, parece que faltam “reagentes” para ela estar completa. O último pleito foi marcado por um surpreendente “profissionalismo” de nossos atuais representantes em busca da tomada de poder do Diretório Central. E venceram justamente nas urnas. Se há uma coisa que não podemos reclamar da atual gestão é a sua burocrática melancolia de cumprir obrigações, principalmente onde têm câmeras. Os holofotes parecem ser o que guiam os nossos “representantes” rumo ao estrelado, opa, rumo à nossa representação nada representativa.

Não é impossível ser apartidário, ainda mais em nosso país que depois da redemocratização teve uma euforia de novos partidos sendo criados que não representavam nada e nem a ninguém, somente a interesses escusos de classes da nossa sociedade. E mesmo assim, têm aqueles que mantêm certa fidelidade a algum ideal e conseguem filiados. Nós da UJS, respeitamos toda esta pluralidade. Entretanto, não conseguimos ser coniventes com a irresponsabilidade daqueles que deveriam representar xs alunxs de nossa universidade e se travestem de sem ideologia – quando nós sabemos bem qual ela é, se colocando sempre ao lado do patrão. Em outras palavras queremos dizer que tudo que o DCE em sua atual comissão fez foi ser contra xs estudantes, xs trabalhadores e a periferia.

O nosso país passa, hoje, por um momento de delicado ajuste econômico. Pior que isto, o grande capital financeiro se institucionaliza na forma de medidas provisórias, ou seja, de leis para punir o trabalhador. Em última instância, nós, estudantes de universidades federais, a periferia deste sistema monetarizado, sofremos com cortes de 7 bilhões no orçamento da união destinado à educação. E com isto o projeto da Pátria Educadora fica somente no slogan do governo. Esta internalização do sistema afeta cada âmbito particular de nossas vidas adestrando primeiramente nossos corpos para sermos engrenagens perfeitas desta máquina de exploração, e em última análise nossas almas, nos alienando de perceber e nos sensibilizarmos com o controle de nossas vidas por este sistema do capital.

Nós da UJS lutamos pelo empoderamento do movimento estudantil e de todx e qualquer alunx de nosso sistema educacional em todos os níveis – municipal, estadual e federal. Uma vez que entendemos que, e ainda bem, a educação não se dá somente no âmbito formal, ela também se dá fora das instituições de ensino. Nosso sonho é unir a classe trabalhadora e empoderá-la. Xs estudantes são o elo fundamental desta mudança, pois são a esperança de um mundo melhor, de um país melhor, de uma cidade melhor.

A posição da atual gestão do DCE é de favorecer claramente as leis de mercado. Ou a âncora esmagadora do liberalismo/ neoliberalismo. Entretanto o Brasil não é uma potência como EUA, ou China. Então no que isto implica? Implica no mesmo tipo de servilismo internacional que as nossas classes dominantes tiveram e nos entregaram ao regime militar de 1964. Nos apresentando uma noção de ética, às vezes até mesmo aristotélica, mas se baseando numa prática totalitária de luta contra a classe trabalhadora e estudantil. Como um de seus representantes que além de fazer apologia ao militarismo, faz também à Humberto de Alencar Castelo Branco, primeiro presidente militar depois do golpe.

Representação que consegue confundir “estupro” como se fosse algo vulgar como o preço da passagem. São a favor do liberalismo que convêm, pois são contra o Estado intervir na economia. Mas oras, não são contra o Estado deste mesmo liberalismo permitir o enriquecimento, e sabem muito bem que se não fosse pela intervenção dele a passagem seria muito mais cara do que é agora. E nós, trabalhadorxs/ estudantes seriamos muito mais explorados e sem direito a bolsas uma vez que, estas existem para corrigir as injustiças do sistema capitalista. Foram contra também a ocupação da reitoria - e mesmo que não concordássemos com o método, no momento, interpretamos o ato como uma forma de luta. Ou seja, tudo que xs estudantes lutam por assistência estudantil e uma vida digna, não somente para si, mas para a sociedade como um todo é segundo eles ilegítimo – uma vez que os representantes dxs estudantes são a Gestão Reação.

Estudantes da FURG, uni-vos! Não existe cidadania de mercado como eles nos tentam fazer acreditar. Vamos nos unir na luta para nos tornarmos, como periferia, a centralidade do sistema. Porque reação sem reagente não acontece!

quinta-feira, 30 de abril de 2015

O Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras

No dia 1º de maio de 1886, em Chicago - principal centro industrial dos Estados Unidos na época - milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. No entanto, houve uma forte repressão ao movimento - com prisões, feridos e mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Um Congresso Socialista realizado em Paris no ano de 1889 criou, em memória dos mártires de Chicago, o Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. O dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.

1º de maio em Rio Grande

Em 1950, no Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras, a tecelã Angelina Gonçalves, militante comunista que carregava a bandeira do Brasil e liderava as primeiras fileiras de uma passeata, acabou morta durante confronto com a Brigada Militar.

Na data foi realizado um churrasco de comemoração ao dia do trabalhador, no local do então Parque Rio-Grandense. A atividade, convocada por grupos ligados ao movimento operário, contou com apresentações musicais e discursos. Ao final da atividade, alguns oradores chamaram os presentes a sair em caminhada a fim de fazer uma última manifestação em frente à sede da Sociedade União Operária (SUO), que estava fechada por ordem do Ministro da Justiça desde maio de 1949.

A marcha saiu pela cidade, com uma banda de música e o pavilhão nacional à frente, com o grito de palavras de ordem e apresentação de cartazes e faixas, pedindo a reabertura da SUO e comemorando o dia do trabalhador. Nas imediações do campo do Esporte Clube General Osório a manifestação foi interceptada pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), que exigiu a sua dispersão. Junto com o DOPS estavam alguns policiais e soldados da Brigada Militar, que se encontravam dentro do estádio do Sport Club Rio Grande, próximo ao local, que estava lotado devido a uma partida de futebol comemorativa contra o time carioca do Vasco da Gama.

A partir dali começou um confronto, em que morreram três manifestantes: o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto e a tecelã Angelina Gonçalves. Também foi morto o ferroviário Osvaldino Correa, que havia saído do estádio de futebol em apoio aos manifestantes, e o soldado da Brigada Militar Francisco Reis. Várias pessoas foram feridas. O vereador e estivador Antônio Rechia ficou paraplégico após levar um tiro. Os operários Oswaldino Borges D’Ávila e Amabílio dos Santos precisaram ser hospitalizados. Muitos trabalhadores não foram aos hospitais para cuidar seus ferimentos para que não fossem presos.

No dia seguinte às mortes, houve uma grande comoção da população que acompanhou o enterro dos operários com as golas levantadas simbolizando o apoio da população aos mártires e suas causas. Os jornais da época registram que o cortejo contou com a participação de mais de cinco mil pessoas.

A única filha de Angelina, Shirley, que tinha 10 anos na época e acompanhava a mãe no momento do incidente, esteve em Rio Grande no ano de 2010. Na ocasião foi homenageada pela Câmara Municipal e Assembleia Legislativa, recebendo a Medalha da 52ª Legislatura.  Shirley também esteve presente na inauguração do Memorial aos Operários, monumento localizado no canteiro central da Avenida Presidente Vargas.

Na Universidade Federal do Rio Grande (FURG), o Centro Acadêmico de História (CAHIS) leva o nome de Angelina Gonçalves - homenageando a emblemática figura da mulher riograndina, mártir do movimento operário da cidade.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Abre Alas rumo ao 54º Congresso da UNE


Somos estudantes que sonhamos. Acordamos cedo, enfrentamos diariamente o congestionamento das grandes cidades dentro de ônibus lotados, estagiamos e trabalhamos. De norte a sul do Brasil, nós colocamos o BLOCO NA RUA e lutamos para viver os nossos sonhos. Realizamos uma parte deles entrando na universidade a partir de nosso empenho pessoal e de vitórias coletivas como as cotas, o Prouni, o Fies e a expansão do ensino superior público.

Somos aqueles que pensam que a rua é a parte principal da cidade. Em cartazes e canções apresentamos o nosso desejo de uma vida e um Brasil melhor. Ao ocupar as principais avenidas do país, conquistamos os 10% do PIB, 50% do Fundo do Pré sal e 75% dos royalties do petróleo para educação!

Acreditamos que se a gente se organiza, se encontramos com mais gente que pensa parecido, seremos mais fortes para transformar ainda mais a universidade e fazer dela um instrumento para construir um país mais justo, mais desenvolvido e com mais oportunidades para nossa gente.

Com tantas vitórias nas mãos, temos o terreno pronto para avançar nas conquistas e construir um ensino superior a altura dos desafios do nosso país! É para construir uma nova universidade e uma nova sociedade que te convidamos.

A União Nacional dos Estudantes (UNE), aos 77 anos, tem uma imensa folha de serviços prestados a nossa nação. Da criação da Petrobrás na campanha “O Petróleo é nosso!”; na resistência à ditadura militar; na redemocratização com a campanha das “Diretas já!”, no “Fora Collor”; na resistência ao neoliberalismo implementado por FHC nos anos 90; nas conquistas sociais com Lula e Dilma ou nas ruas de junho de 2013; a UNE se fez presente em todos os momentos da nossa história republicana defendendo o Brasil e seu projeto de soberania.

A cada 2 anos, a UNE realiza seu congresso em que milhares de estudantes apontam os rumos de luta e combatividade do movimento estudantil. Em junho de 2015, será realizada sua 54°edição. Convidamos você a fazer parte dessa história que seguirá abrindo alas para o Brasil que tanto sonhamos!

"Abre Alas pra minha bandeira,
já está chegando a hora!"

Construa o movimento Abre Alas na sua universidade:



E-mail: abrealasbrasil@gmail.com

WhatsApp: (11) 96323-4368

domingo, 26 de abril de 2015

Nova diretoria da UJS Rio Grande é empossada


A União da Juventude Socialista (UJS) de Rio Grande realizou na tarde desse sábado (25) sua Plenária Municipal. A atividade ocorreu na sede do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Reunindo novos e antigos militantes, e contando com a participação do ex-vereador Julio Martins e do presidente do PCdoB em Rio Grande, Daniel Alvarenga, o encontro propiciou um amplo debate sobre o movimento estudantil e as realidades políticas locais e nacionais.

Durante a plenária tomou posse a nova Executiva Municipal da UJS Rio Grande, composta por:

PRESIDENTE: Joice Eslabão de Oliveira

VICE-PRESIDENTE: Guilherme Silva dos Santos

DIRETOR DE ORGANIZAÇÃO: João Batista Flores Teixeira

DIRETOR DE FINANÇAS: Marcelo Augusto Fagundes Rodrigues

DIRETORES DE COMUNICAÇÃO: Carlos Eduardo Nunes da Costa e Marcos Leandro da Rosa

DIRETOR DE FORMAÇÃO: Rafael Manske dos Anjos

COORDENADORES DO COLETIVO UNIVERSITÁRIO: Bárbara Dandara Amaral Pereira e Guilherme Savi Farina

COORDENADORA DO MOVIMENTO SECUNDARISTA: Chaiane Trindade Fossati

COORDENADOR DO MOVIMENTO NEGRO: Chendler Vasconcelos Siqueira

COORDENADORA DO MOVIMENTO FEMINISTA: Carolina Kokado de Oliveira

A UJS Rio Grande compromete-se em participar dos movimentos sociais locais, sendo uma entidade atuante e conectada com as demandas populares.